Prestes a completar 48 anos de fundação, no dia 1º de abril, a Apple começou 2024 em um inferno astral. Os problemas estão se acumulado, desde situações de mercado chatas a questões regulatórias.
Não é o fim do mundo, como nenhum inferno astral é, mas a empresa de Cupertino precisa correr atrás e resolver as broncas antes que se torne ainda mais vulnerável.
O principal B.O. da Maçã agora está nas vendas: em 2023, de acordo com analistas, a foram vendidos 220 milhões de iPhones. Apenas 3 milhões acima do alcançado em 2017.
Esse movimento deve persistir em 2024, em especial, por causa da queda de vendas na China, fonte de 17% de sua receita total.
Mercúrio retrógrado: mercado chinês
Segundo um relatório da Bloomberg, agências governamentais chinesas e empresas apoiadas pelo Estado passaram a proibir funcionários de levarem dispositivos estrangeiros para o trabalho. A ideia lá do outro lado do mundo é parte da estratégia de Pequim de reduzir a dependência externa em tecnologia.
Outro risco se deve à cadeia de abastecimento, pois 90% da produção do iPhones vem de lá. Além disso, qualquer desenvolvedor que queira colocar seu aplicativo na App Store tem que pagar uma taxa de cerca de 0,50 euro por download. Algo que acaba puxando problemas judiciais.
Sol em regulação
Quem se lembra da batalha judicial entre Apple e Epic Games? Tim Cook e companhia logo acharam alternativas para as mudanças, induzidas pela briga na política da loja de apps, mantendo as taxas. Isso mostra que a empresa não está indefesa agora que volta aos tribunais.
O Departamento de Justiça dos EUA abriu um processo antitruste no dia 21 de março, argumentando que a Apple viola leis ao impedir que outras empresas ofereçam apps que concorram com seus próprios produtos.
A investigação já dura alguns anos e aponta controle da Maçã na experiência do usuário em dispositivos da marca. Um exemplo é a tecnologia NFC, para pagamentos por aproximação, negada ao PayPal e à Garmin, por exemplo.
No começo de março, a Comissão Europeia ainda multou a Maçã em 1,8 bilhão de euros por impedir que rivais de streaming de música ofereçam promoções e atualizações aos assinantes.
Ascendente em receita
Com tudo isso acontecendo, a Apple registrou lucro de USD 97 bilhões no ano passado, sendo USD 386 bilhões em vendas. Atrelado à concentração de firmas voltadas à IA, o número fez com que a firma fundada por Jobs perdesse o posto de mais valiosa do mundo — e abaixo dos USD 3 trilhões previamente alcançados.
Dados de 19 de março, indicam que a Apple ficou em segundo lugar no valor de mercado, com USD 2,68 trilhões, atrás da Microsoft, que somou USD 3,1 trilhões. Resultado que tem deixado investidores cada vez mais nervosos, com o preço das ações caindo 8,5% desde o pico em dezembro de 2023.
Revolução Solução solar: mais IA?
O momento ruim da big tech, porém, pode ir embora, assim como o inferno astral em alguns casos. Essa inclusive não é a primeira vez que a empresa “sofre” com problemas nos negócios. No passado, ela foi salva por grandes inovações, como iMac, em 1998, e o iPod, em 2001.
A última grande aposta foi o Apple Vision Pro, que ainda divide opiniões e tem a Meta com rival mais acessível.
Uma das saídas seria o investimento em inteligência artificial – embora talvez caminhemos para um cenário de saturação. Mesmo relativamente quieta sobre o assunto, a companhia deve apresentar novos recursos alimentados pela tech na Siri ainda este ano com o iOS 18.
Além disso, ela adquiriu a startup canadense DarwinAI, que trabalha com qualidade visual de IA. Assim, algo novo pode chegar no ano novo solar da Apple.
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